Um único pensamento. Ser penetrado por uma faca, senti-la a enterrar-se entre as costelas, atingindo não mais que um único órgão vital, o coração. Senti-la perfurando cada milímetro desse músculo sem sentir qualquer dor, apenas dormência. Depois, com um movimento sagaz, a lâmina é retirada, deixando na sua ausência, uma gélida frieza que a acompanhava, e uma ferida.
O coração envia o sangue por caminhos erróneos, inundando os pulmões, asfixiando-os, banhando-os com o seu delicado líquido da vida. Quando todos os orifícios estão preenchidos o tempo abranda, abranda até parar, e sem mais demoras, acaba.